terça-feira, 15 de abril de 2014

NOTÍCIAS NA NET!FACHADA DA ESCOLA QUE MUDOU O NOME É INAGURADA!!

A cerimônia que marcou a alteração do nome do Colégio Estadual Presidente Emílio Garrastazu Médici para Colégio Estadual Stiep Carlos Marighella foi realizada na tarde desta sexta-feira (11) e contou com a presença do governador Jaques Wagner. Desde o dia 17 de fevereiro deste ano, a instituição passou a ser chamada com o nome guerrilheiro baiano que se opôs à ditadura, o que aconteceu após votação que envolveu alunos, ex-alunos, pais e comunidade.
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Mudança do nome da escola Colégio Estadual Stiep Carlos Marighella, na Bahia, é inaugurado (Foto: Mateus Pereira/GOVBA)Wagner inaugura nova placa de colégio estadual
(Foto: Mateus Pereira/GOVBA)
Para o governador, a mudança enaltece a memória de Marighella, mais do que gera sentimento de "ódio" em relação ao presidente militar que emprestou nome à unidade de ensino por 42 anos. "Não estamos plantando ódio contra ninguém com essa mudança de nome. Estamos plantando o amor por Carlos Marighella, um homem que lutou pela democracia, que lutou pela liberdade do povo brasileiro", disse.
A votação durou dez dias. Do total de 658 votos registrados em um livro de votação, controlado por uma comissão, Marighella obteve a preferência da comunidade com 461 votos. O geógrafo Milton Santos, que concorria, teve 132 votos. Apesar de participação não ter sido obrigatória, 65 pessoas manifestaram suas opiniões votando em branco ou nulo.
Processo
A mudança de nome era um planejamento de décadas, segundo a diretora da instituição, Aldair Almeida Dantas, que está à frente do cargo há oito meses. Ela contou qu,e dos 16 anos em que atua no local como professora de línguas portuguesa e inglesa, o desejo de mudança sempre esteve vivo em toda a comunidade docente e discente. Para Aldair, o nome de Médici estampado na fachada da escola e camiseta dos estudantes era uma frustração.
"Sempre ofertamos uma educação de qualidade dentro das possibilidades de uma instituição pública. De fato, somos bem conceituados pelo ensino. Entretanto, a única mácula que tínhamos era a de carregar o nome de um personagem que representa um dos piores momento da nossa história, a ditadura militar", opinou.
Escola na Bahia (Foto: Henrique Mendes/G1)Escola no bairro do Stiep passa por reformas
(Foto: Henrique Mendes/G1)
Aldair relata que a movimentação responsável pela mudança foi fortalecida em 2013, quando os professores de ciências humanas promoveram palestras e discussões mais específicas sobre a história do país e, principalmente, da Bahia. Nestes momentos, explicou a diretora, os alunos compraram a ideia de que a troca de nome daria um novo vigor à instituição.
A partir da elaboração e aprovação de um projeto enviado para a Secretaria da Educação do Estado (SEC), Aldair disse que alunos, ex-alunos e professores tiveram acesso a uma série de palestras e exposições sobre a história de dois baianos que poderiam dar nome ao colégio, a partir da preferência de toda a comunidade escolar: Milton Santos [geógrafo] e Carlos  Marighella [guerrilheiro comunista].
Alunos fazem votação por novo nome para escola em Salvador (Foto: Rodrigo Mantoan)
A partir do resultado, o Governo da Bahia autorizou a modificação do nome da escola por meio depublicação no Diário Oficial do Estado. De acordo com a SEC, esta foi a primeira vez que uma instituição de ensino do estado, que tem o nome de um presidente do regime ditatorial no Brasil, solicitou mudança da titulação. Mais duas estão pleiteando mudança semelhante.
A lista de escolas do estado disponível no portal da SEC mostra que aos menos 16 instituições da Bahia levam os nomes de presidentes que comandaram o Brasil durante a ditadura militar: Garrastazu Médici (8), Castelo Branco (5) e Arthur Costa e Silva (3).
http://g1.globo.com/bahia/noticia/2014/04/fachada-de-escola-que-mudou-nome-para-carlos-marighella-e-inaugurada.html

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