segunda-feira, 20 de maio de 2013

2013! 10 anos da criação da Lei 10639! Viva a africanidade!!





 No ano de 1963, 32 Chefes de Estado africanos [com ideias contrárias à subordinação a que o continente estava submetido durante séculos (colonialismo, neocolonialismo e "partilha da África")] se reuiniram e fundaram a Organização da Unidade Africana (OUA). 

Essa organização tinha como princípios:
·                     defesa da independência dos países africanos colonizados;
·                     luta contra toda e qualquer manifestação de colonialismo ou neocolonialismo;
·                     promoção da paz e da solidariedade entre os países africanos;
·                     defesa dos interesses políticos, económicos e sociais dos países-membros e da África em geral. 
Como a  Organização da Unidade Africana (OUA) não conseguiu resolver os conflitos surgidos, em 2002 ela foi dissolvida. No mesmo ano foi criada a União Africana.

Mesmo com a dissolução da OUA, a data de 25 de maio (de 1963) foi mantida como o Dia da África, pela iniciativa de luta pela liberdade.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Escravidão nunca mais!!











Por Noé Gomes






No dia 13 de maio de 1888 oficialmente é mencionado no calendário oficial, como marco final da escravidão no Brasil, que desde o período colonial, em 1500, os seus colonizadores (os portugueses) adotaram o escravismo como mão-de-obra para a extração de nossas riquezas.


O processo de escravidão no Brasil, começou com os indígenas, quando nos 30 primeiros anos de ocupação portuguesa em solo brasileiro viveu o ciclo da extração do pau-brasil para a Europa, onde os indígenas eram usados neste momento, tendo os portugueses valendo-se do escambo para a concretização deste processo. Nos anos posteriores, teve inicio o Ciclo do Açucar, onde os colonizadores tentaram cooptar a mão-de-obra escrava indígena, mas sem sucesso. Ainda no século XVI, em substituição a mão-de-obra nativa, vieram os primeiros negros que até o século XIX, que foram subjugados ao poder dos colonizadores portugueses.


A mão-de-obra escrava negra, foi substituída pelos colonizadores europeus a partir da segunda década do século XIX, desde então o negro torna-se um agente á margem da sociedade, pois liberto do processo escravocrata acaba vivendo a falta de oportunidades.


O 13 de maio é contestado pelo Movimento Negro, que elegeu o dia 21 de novembro como a data da Consciência Negra, mas porque não fazer de hoje, uma data de reflexão? Mesmo sendo oficialista, penso que o 13 de maio pode servir para o debate e reflexão do negro hoje. Este debate tem que ser feito principalmente na Escola. O antropólogo Kabengele Munanga, na página 15 do livro "Superando o Racismo na Escola", na condição de organizador da obra, faz um apontamento importante:


Partindo da tomada de consciência dessa realidade, sabemos que nossos instrumentos de trabalho na escola e na sala de aula, isto é, os livros e outros materiais didáticos visuais e audiovisuais carregam os mesmo conteúdos viciados, depreciativos e preconceituoso em relação aos povos e culturas não oriundos do mundo ocidental. Os mesmos preconceitos permeiam também o cotidiano das relações sociais de alunos entre si e de alunos com professores no espaço escolar. No entanto, alguns professores, por falta de preparo ou por preconceitos neles introjetados, não sabem lançar mão das situações flagrantes de discriminação no espaço escolar e na sala como momento pedagógico privilegiado para discutir a diversidade e conscientizar seus alunos sobre a importância e a riqueza que ela traz à nossa cul



tura e à nossa identidade nacional. Na maioria dos casos, praticam a política de avestruz ou sentem pena dos "coitadinhos" (...)


Proponho a todos nós docentes de escolas públicas e/ ou privadas a fazermos uma reflexão crítica sobre a simbologia desta data. Afirmar que o 13 de maio é uma data oficialista, o que não deixa de ser verdade, é muito pouco! Penso que não pode haver um hiato entre o 13 de maio e o 21 de novembro. Por isso, esta data pode servir de pontapé inicial de uma reflexão sobre o papel do negro em nossa história.


Numa visão de uma "História Vista de Baixo", o 13 de maio com certeza é uma data que nada tem de popular e por isso no ambiente escolar podemos suscitar a discussão ou a inquietação em nossos alunos ao expôr o questionamento da sua validade histórica e talvez possamos trazer em nosso fazer pedagógico a contradição de ideias e não uma visão única e acada dos fatos históricos.(...)






http://www.geledes.org.br/esquecer-jamais/179-esquecer-jamais/14120-o-13-de-maio-e-a-escola